De cima de um predio, bate papo multicultural. Criado na Italia, vivendo na Espanha, falando a lingua materna-mia. Delicia ouvir meu dialeto favorito, no meio do roda-luxo. Lição de vida de europeu é aquela: você olha a cidade do lado de baixo, na confusão, na gritaria, no agito, no barulho das sirenes, e sente outra coisa. Quando subimos ao topo, é só a visão linda e deslumbrante do marzão imperial lá embaixo. Essas disputas loucas por lugares, posições, dos egos que esbravejam que roceiramente é outra lingua, que o ápice é o canal controlador, tisc, nada. Por isso amar tanto um estilo de mente-vida que é completamente outra. O modo de entender, de viver, que o brazuca não entende que não é a peruca loira inglesada de quem estudou em nova iorque, confabula com amigos gringos ha decadas, inclui gluten com queijo com muito prazer na dieta livre, e nao fica preocupada em fazer jogada para imagem mentirosa de blogueira fitness, que chega a absurdos abestiados de se fazer qualquer coisa para se aparecer em qualquer coisa de lugar, para se provar qualquer coisa, que não é verdade. Por que a torta de maçã? O europeu respondeu muito bem. "Suba aqui em cima, e olhe para cima, daqui de cima, e o resto que fique embaixo". Voilá e nem precisava ser francês ou pendurar a torre Eiffel da vida. O voilá é outro. É não ser levado pela necessidade de opinião alheia, pela força do que outros opinam, contra o ID, verdadeiro, que faz o que quer. Não entendi Bial. Fala de filtro solar, e queima pele alheia. Lembra da Giulia Gam? Da Fashion Rio? Não.
Serginho Groissman, Ana Maria Braga mandando formadores de opinião manter a pose no espelho e ficar calado? Deve ser por isso que diploma custa caro, e é ignorado no Brasil. É ridículo ter inteligência. É ridículo bater de frente com o canal brasileiro. Mas e se não é brasileira? Ou media-luna? Medo de pensar, emitir opiniao fora do quadrado?
A gente fazendo aereos la de cima, o bate-papo de vinte minutos durou duas horas, e a apreciação do melhor da vida que é ser feliz, não forçado por publicidade, opinião alheia, covardias, falta de coragem, massacre, mentiras, e ter a vida tão livre e abstraída do dito jornalista que na sua farta cultura critica opiniões livres, culturas alheias a seu canal, ridiculariza mulheres, como talvez quem, era editora de moda da turma da fashion week? Mundo nao pequeno, o ego azeda, a falta de cultura define derrotas que não deveriam ser derrotas, entregas que deveriam não ser redenções, mas defesas, de dizer não, de ter coragem de não seguir com a maioria, não cantar em coro errado, para depois querer sorriso fraco.
Quebrar para o lado aparente é mais fácil. Viver de verdade, é muito mais difícil, porque exige caráter. Caráter que não chama matéria com adolescente com câncer na terra de Minas, para sugerir uma "superação" bandida, é não terminar a noite exibindo o boneco do deboche, é não fazer Big Brother ser ressalva de nuvem de fumaça, enquanto se protege apresentador que chama matéria com teen que amputa a perna, por "coragem", nãos e defende um senhor em suas cãs que anuncia "matamata" como sentença de enterra corpos, e que não tem nada de futebolesco, que a filha não grava minissérie em tv caindo no polvilho, e se enterra como pessoa "publica", mentalidade minuscula, por monopolio não se sabe do que. Muito dinheiro para patrocinios de assedio, de deboche. Estranhar por que a coisa cai na ruina? Porque se chuta o balde por fama, por manipulação de fama, que, no fim, vira uma grande e vazia mentira em nome do nada. Lá de cima, o mar azul é gratuito. O hotel, mais caro. As pessoas, sem renome, mais preciosas pela ideia, pela postura. Por nao ter que bancar capa para fingir o obvio. Em se aliar ao contra, porque depois de tudo, vale o negócio. Vida tem negócio, mas não há exército que se valha pela força dos carros. Dá-lhe gringo, com seu brinquedinho caro, e super bacana, com paella, Itália, vida estrangeira em tantos países. É isso aí. O Porsche circula em terra dupla. Cabeça sana, corpore sano. Lotra vita. (Rosaly Queen)
