Brilhante em sua atuação em Wimbledon, Roger Federer foi criticado por tv brasileira exatamente por vencer o torneio. E, detalhe, pela oitava vez. se não se pode agradar a gregos e troianos, a vitória dele foi óbvia, e não um atestado de misericórdia a um senior. Ele está pleno em sua boa forma, e mostrou que não desistiu da carreira ainda. Por que? Se a força é para persuadir o desânimo de alguns a desistirem e entregarem os pontos em plenas condições de se sagrarem campeões e se desvencilhar de jogos múltiplos de bastidores, o suíço nem quis saber. Levou a melhor contra Cilic, que chegou a reagir batendo a raquete no chão, com raiva do desempenho do adversário. Federer chorou com a emoção de mostrar que o psicológico nunca foi abalado pela força de manipulação de massa. A massa dele, ali em wimbledon, era só a cabeça dele. Nem torcidas falsas. Se havia muita gente querendo ver um dos maiores nomes do tênis de fora, e atacando outras frentes, e subsequentes campeonatos pela frente, Irvin, desconhecido da maioria, agiu como azarão, mas o resultado poderia ter sido outro, se reações fossem antecipadas. Federer manteu o clima cool, e fez bonito. Se teve quem atravessou o Canal da Mancha aos mais de 70, seria como apelidar os 35 de Federer como um empecilho pior que a disputa paralímpica. Se quem tivesse membros faltantes fosse obrigado a sentar em casa como vítima abrigada por compatriotas e família, e parar, num reduto de orfanato ou programa social, não teria um campeão do nível de Daniel Dias, um dos maiores medalhistas de todos os tempos. Sem braços completos, ou pernas. Mas nervos de aço. O que faz a diferença é a atitude. Merecido, Federer é exemplo. Ele fala alemão, mas não tem raízes lá, nem levanta a mão para emparelhar como Hitler. Sem lado B, o lado A dele é feito ali, na quadra. Olé! (Rosaly Queen)